Tecnologia

O cenário do e-commerce no Brasil e seu posicionamento na América Latina

Juliana Grunwald
Juliana Grunwald May 7, 2018
O cenário do e-commerce no Brasil e seu posicionamento na América Latina

O crescimento do segmento de e-commerce no Brasil é um fato. Já há alguns anos o Brasil tem se provado um país de peso e representatividade no comércio eletrônico da América Latina.

Atualmente, o brasileiro está muito mais adaptado à tecnologia e se sente mais seguro em realizar suas compras pela internet. Por esse e outros motivos, muitas empresas estão utilizando canais digitais para vender seus produtos ou até mesmo criando companhias totalmente voltadas para as operações virtuais.

Neste artigo, vamos apresentar um panorama sobre o mercado de e-commerce no Brasil e falar um pouco do que se espera para um futuro próximo. Confira!

Breve histórico do setor de e-commerce no Brasil

O setor de e-commerce no país apresentou crescimento acelerado no faturamento entre os anos de 2001 a 2015 ,como informa o site do Sebrae. Durante o ano de 2015, foram feitos 106,2 milhões de pedidos em lojas virtuais por 39,1 milhões de consumidores.

Segundo empresa especializada em dados do comércio eletrônico, a Ebit, o ano de 2015 apresentou crescimento de 15,3% em relação a 2014, quando R$ 35,8 bilhões foram movimentados. O ano de 2014 também já havia apresentado aumento de 24% em comparação a 2013, cujo montante referente às movimentações foi de R$ 28,8 bilhões.

De acordo com a Ebit, no ano de 2016, mesmo com a crise, o setor apresentou crescimento nominal de 7,4% em relação ao ano anterior, fechando em R$ 44 bilhões em faturamento.

Update: Em 2017, segundo a Ebit, o faturamento cresceu 8%, o volume de pedidos aumentou 5% e a quantidade e-consumidores rompeu a barreira dos 55 milhões.

O varejo online experimentou uma redução nas vendas por conta da nova classe C, a qual foi essencial no crescimento do setor, mas que, em função da crise econômica nos últimos 4 anos, perdeu representatividade nas compras virtuais. Por outro lado, consumidores de alto poder aquisitivo aumentaram sua participação nas transações online, aumentando a média de gastos.

Ou seja, apesar da diminuição no número de consumidores da classe C, os usuários com maior poder de compra aumentaram o ticket em 12%, não comprometendo o crescimento do faturamento.

Momento atual do e-commerce brasileiro

Atualmente, o faturamento do e-commerce brasileiro está em R$ 47,1 bilhões, representando 2,8% na participação do varejo no país, segundo o instituto de pesquisa Forrester.

O brasileiro está mais conectado, o acesso à tecnologia está mais barato e, por conta disso, os costumes e hábitos de compra estão cada dia mais virtuais.

Apesar de ainda existir uma preferência geral por comprar em lojas físicas, os números do e-commerce não mentem — o setor está crescendo. Se considerarmos que o hábito de compras pela internet é de certa forma novo no Brasil, percebemos um rápido desenvolvimento em comparação com outros países.

Alguns fatores que contribuem para o sucesso do e-commerce no Brasil são:

  • maior sensação de segurança no momento da compra em função de selos e certificações de segurança dos websites, e até mesmo por experiências de conhecidos;
  • mais plataformas de negociação, como o social commerce (comércio advindo de plataformas sociais);
  • crescimento do uso dos meios de pagamentos eletrônicos, como os cartões de crédito, trazendo mais praticidade e segurança às compras.

Em comparação com o comércio eletrônico em toda a América Latina, as pesquisas apontam um domínio do e-commerce brasileiro. Os dados divergem entre 60% e 75% do share nessa região, com ampla vantagem para o México, segundo maior mercado, com estimativa de 8,5% de representatividade até 2017.

Mercado B2B e B2C

No e-commerce, o B2B (Business to Business) funciona quando são realizadas transações comerciais por meio de uma plataforma digital entre duas empresas, ou seja, de um negócio (business) para outro negócio (business).

Resumindo, é uma forma para indústrias, distribuidoras e outros tipos de organização comercializarem eletronicamente seus produtos e serviços entre si. De acordo com pesquisa da Forrester estima-se que 30% das compras corporativas já sejam feitas utilizando-se plataformas digitais. A previsão é que em três anos esse número aumente para 56%.

Espera-se, segundo a pesquisa, que o Brasil, a Argentina e o México cresçam 135%, saltando o valor de receita atual de US$ 20 bilhões para US$ 47 bilhões.

Outro ponto interessante é que, nas previsões do Gartner, de 2015 a 2020 o B2B terá um crescimento de 15%, ultrapassando o comércio B2C (Business to Consumer) nas vendas online.

Os gastos com tecnologia, sistemas, infraestrutura e serviços também crescem mais rápido que no setor B2C. Ainda segundo a pesquisa, a estimativa é que o mercado de e-commerce B2C valha US$ 480 bilhões em 2020 e o B2B chegue a US$ 1.1 trilhão no mesmo ano.

Projeções e tendências para o futuro

De acordo com projeções feitas pelo instituto de pesquisa Forrester, em estudo solicitado pelo Google para analisar o mercado de e-commerce no Brasil, até o ano de 2021 o comércio eletrônico vai dobrar sua participação no varejo brasileiro e crescer em média 12,4% ao ano.

Ainda segundo o levantamento, esse bom desempenho do setor acontecerá em razão da diversificação no tipo de compras, a qual vamos explicar a seguir.

Se hoje esse mercado é dominado por livros e artigos eletrônicos, a expectativa é de que haja um desenvolvimento em setores como roupas, alimentação, beleza e calçados, que serão mais procurados a partir do próximo ano. A projeção do Google é que, em 2018, aproximadamente uma de cada quatro vendas realizadas pela internet seja desses segmentos. A porcentagem esperada para o setor de roupas, alimentação e beleza é de 25% do total de compras — atualmente a representatividade está em 11%.

Esse aumento de participação desses itens leva o Brasil para a chamada “quarta fase” do e-commerce, a de aquisição frequente de bens subjetivos. Exemplos: beleza e moda. Entretanto, livros e eletrônicos ainda se mantém com o domínio nas vendas, representando 52%.

Um fator que contribuirá para o aumento em geral das vendas no setor é o crescimento no número de usuários na internet. Atualmente, 60% da população está conectada à internet, o que representa aproximadamente 124 milhões de pessoas. Esse número salta para 151 milhões de internautas até 2021, atingindo 71% das pessoas em todo o país.

Em 2018, outros fatores que propõem uma visão mais otimista em relação às vendas no comércio eletrônico são a Copa do Mundo, especialmente no primeiro semestre, e o cenário econômico mais estabilizado após as crises dos últimos anos.

O e-commerce no Brasil desfruta de um bom momento, e os mercados B2B e B2C apresentam crescimento nas vendas online. Além disso, segundo as pesquisas e projeções, o setor tende a melhorar e aumentar tanto o faturamento quanto o volume de vendas nos próximos anos. As empresas que investem no setor devem estar preparadas para aproveitar essa oportunidade de desenvolvimento e expansão. Investir em tecnologia de ponta, sistemas inteligentes e diferenciar-se pelo atendimento e pelo bom relacionamento com o cliente são alguns dos fatores que contarão como vantagem competitiva na área.

O que você achou deste conteúdo? Gostou? Então, compartilhe o post nas suas redes sociais e ajude mais pessoas a se informar sobre o setor.

 

Continue lendo: artigos relacionados
Institucional

VTEX é o único fornecedor no top 5 em todos os casos de uso do relatório Critical Capabilities for Digital Commerce de 2023 do Gartner

Decidir migrar de plataforma não é nada fácil. Em um mundo repleto de termos da moda e jargões…

Mihai Popa
Mihai Popa
Digital Insider

Tech, People e Machine Learning: proteção para ecommerce

Estudos recentes, como o da Global Merchants’ Guide To Latin America, realizado pela EBANX, mostram a curva crescente…

Koin
Koin
Tecnologia

Integração VTEX e SAP ERP: diferenciais e boas práticas

 O ERP (Enterprise Resource Planning) é um sistema de planejamento usado para gerir os processos de ponta a…

Paloma Castrioto
Paloma Castrioto
Tecnologia

Como utilizar o VTEX IO de forma eficiente e performática

A plataforma de desenvolvimento VTEX IO é uma de nossas inovações mais recentes e traz uma série de…

Bruno Valetta
Bruno Valetta
Estratégia

PIX: qual a importância da funcionalidade no mercado e na análise ESHOPPER

Seu ecommerce já possui Pix? Confira as principais recomendações da ESHOPPER sobre o assunto. Se você é um…

ESHOPPER
ESHOPPER
Gestão

Engineering Manager: como vim parar aqui?

Ana Luiza Gomes conta como trabalhar na VTEX contribui para sua formação como gestora de equipes Programar ou…

Ana Luiza Motta
Ana Luiza Motta
Tecnologia

Como evitar problemas técnicos comuns do ecommerce na Black Friday

Não existe melhor representação do consumismo do que a Black Friday. E diante da mais recente crise de…

Sorana Gheorghiade
Sorana Gheorghiade
Tecnologia

Pagamentos omnichannel: como oferecer a melhor experiência física e digital no seu ecommerce?

Os pagamentos omnichannel consistem na integração de métodos online e offline, condição que dá ao cliente mais opções…

Luciano Santos
Luciano Santos
Tecnologia

Boleto parcelado no checkout é forte tendência no ecommerce brasileiro

No processo de decisão de compra, o consumidor leva em consideração diversos fatores. Um dos principais é a…

BoletoFlex
BoletoFlex
See More